O ensino e
aprendizagem das regras gramáticas de
qualquer idioma devem ser feitas com base, num primeiro momento, em regras
esseciais da língua para, só depois de assimiladas estas regras
essenciais, serem estudadas as regras complementares.
Neste
documento, as regras básicas de nossa gramática estão consolidadas num estilo
de fácil compreenção para os iniciantes e para aqueles que querem relembrar o
agradável estudo da gramática portuguesa.
Este texto é
recomendado ainda para você estudar antes de provas de vestibular e
concursos.
Gramática
Essencial da Língua Portuguesa
Para
estudar antes de provas de vestibular e concursos
1. Sujeito
É formado por substantivo ou palavras de valor
substantivo como adjetivos, pronomes, numerais, advérbios, verbos.
A menina abriu os olhos pasmados.
O sujeito da frase é a menina.
2. Predicado
É a declaração feita sobre o sujeito.
Aparece um verbo ou locução verbal.
A menina abriu os olhos pasmados.
2. Adjunto adnominal
É o termo que caracteriza o nome,
também chamado substantivo, sem a intermediação de um verbo.
As classes de palavras que podem desempenhar a
função de adjunto adnominal são adjetivos, locuções adjetivas, pronomes,
numerais e artigo.
A resposta do
patrão não os convenceu.
3. Tipos de predicado
3.1. Predicado nominal
Com predicativo do sujeito + verbo de ligação.
O núcleo é um nome que indica
estado ou qualidade de um sujeito.
O espetáculo é fashion.
3.2. Predicado verbal
Predicado com verbo intransitivo ou transitivo
sem predicativo.
O núcleo é uma palavra que corresponde a
informação mais importante sobre o sujeito.
Uma definição apenas define os
definidores.
3.3. Predicado verbo-nominal
Predicado com verbo intransitivo ou transitivo
+ predicativo.
Tem dois núcleos: um verbo que indica ação
(transitivo ou intransitivo) e um nome que indica qualidade do sujeito ou do
objeto.
(Eu) achei
o espetáculo super-clean.
núcleo verbo núleo. nome
4. Predicativo do sujeito
É qualquer característica, qualidade ou estado
que se liga a um nome por intermédio de um verbo.
São obrigatórias frases com verbo de
ligação, mas pode aparecer também em frases com qualquer tipo de verbo.
O cãozinho
parecia assustado.
predicativo
5. Predicativo do objeto
Só pode ocorrer em orações com verbos
transitivos, que necessitam de outra palavra como complemento.
Sempre considerei
excelentes as escolhas da banca.
verbo transitivo predicativo
do objeto objeto direto
Atenção
Pode ser predicativo um adjetivo, um
substantivo, um substantivo procedido por preposição, um pronome, um numeral ou
mesmo uma oração.
6. Verbos
6.1. Verbo de ligação
Serve de ligação entre o sujeito e o seu
atributo – predicativo do sujeito.
Você é louco?
sujeito verbo
de ligação predicativo do sujeito
6.2. Verbo transitivo
É aquele que necessita de outras palavras como
complemento.
Quando a ligação entre o verbo e seu
complemento, o objeto, se faz sem preposição, é transitivo direto
e seu complemento é um objeto direto.
Quando a ligação é feita com preposição,
é transitivo indireto e seu complemento é um objeto indireto.
Eu amo
o mundo.
v.t.d obj.direto
Eu creio
em Deus.
verbo t.i objeto indireto
Eu enviei
uma carta ao presidente.
verbo t.i objeto direto objeto
indireto
Atenção
Quando apresentam dois complementos, um objeto
direto e um objeto indireto, é transitivo direto e indireto.
6.3. Verbo intransitivo
É um verbo que não necessita de complemento,
isto é , sua ação não recai sobre um complemento.
Eu viverei!
Sujeito verbo
intransitivo
7. Adjunto adverbial
Termo que se liga ao verbo para indicar uma circunstância,
de tempo, lugar, causa, etc.
Pode ser representado por advérbios ou
locuções adverbias.
Não sofre alteração nem de gênero nem de
número.
Negação
Não há duvida que o Ceara é lindo.
Afirmação
Sim, declare o seu amor pelo Ceara.
Dúvida
Talvez eu vá ao Ceara nas férias.
Intensidade
Gostei muito da minha viagem ao
Ceara.
Lugar
Ganhe uma viagem dos seus sonhos numa
ilha paradisíaca.
8. Termos integrantes da
oração
8.1. Objeto direto
Complemento do verbo transitivo que dispensa
de preposição.
Isso pode ocorrer:
a) Quando o objeto é um substantivo próprio.
Adoremos à
Deus.
b) Quando o objeto é representado por um
pronome pessoal oblíquo tônico.
Ofenderam a mim, não a ele.
c) Quando o objeto é representado por um
pronome substantivo indefinido.
O professor
elogiou a todos.
d) Para evitar ambiguidade.
Venceu ao
inimigo o nosso exército.
8.2. Objeto indireto
É o complemento do verbo transitivo que vem
regido por preposição.
Não preciso de você.
Quando o objeto indireto é representado por um
pronome oblíquo, a preposição não é expressa.
Não lhe entreguei a
correspondência.
Atenção
a) Pode ocorrer ainda o objeto direto ou
indireto pleonástico, que consiste na retomada do objeto por um pronome
pessoal, geralmente com a intenção de colocá-lo em destaque.
As crianças, eu as vi no jardim.
A todos vocês, eu já lhes
forneci as informações necessárias.
b) Os pronomes oblíquos o, a, os, as
e as variantes lo, la, los, las, no, na, nos, nas são sempre
objeto direto.
Eu o encontrei na sala
Vou chamá-lo
Procuram-no por toda parte
c) Os pronomes lhe, lhes
são sempre objeto indireto.
Eu lhe entreguei o envelope.
d) Os pronomes oblíquos me, te, se,
vos podem ser objeto direto ou indireto.
Para determinar sua função sintática, podemos substituir
esses pronomes por um substantivo.
Neste caso, se o uso da preposição for
obrigatório, então se trata de um objeto indireto; caso contrário, de objeto
direto.
Ele me
viu no cinema.
Substituindo-se me por um substantivo qualquer –
amigo, por exemplo, temos Ele viu o amigo no cinema.
A preposição não foi usada; logo, me é objeto
direto.
Ele me telefonou.
Substituindo-se me por um substantivo qualquer –
colega, por exemplo, temos Ele telefonou ao colega.
A preposição foi usada; logo, me é objeto
indireto.
8. 3. Complemento nominal
É o termo que especifica o sentido de um
substantivo, adjetivo ou adverbio.
Vem sempre acompanhado de preposição.
Ele parece ter ódio do
rapaz.
substantivo complemento nominal
Ele estava consciente
de tudo.
adjetivo complemento nominal
Nada faremos relativamente
a esse caso.
advérbio complemento nominal
8.4. Agente da passiva:
É o elemento da frase que pratica a ação
expressa pelo verbo quando este se apresenta na voz passiva (quando o sujeito e
paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo.
A lição foi
feita pelo aluno.
sujeito verbo na agente
da
paciente voz passiva passiva
Passando-se a frase da voz passiva para a voz
ativa, o agente da passiva recebe o nome de sujeito.
O aluno fez
a lição.
sujeito verbo na objeto
direto.
paciente voz ativa
8.5. Aposto
É o termo que esclarece melhor e explica um
outro termo da oração, ao qual se refere.
Hoje, dia 6, é aniversário dela.
Ele quer duas coisas: paz e sossego.
8.6. Vocativo:
É o termo, geralmente um nome, um título ou um
apelido, usado para chamar a atenção da pessoa com quem estamos falando.
Vem sempre separado por vírgula.
Meu amigo, não se
preocupe com tais coisas.
Não sei, minha terra, quando
voltarei aqui.
Onde será que ele estará, meu
Deus?
9. Orações coordenadas
São orações independentes, isto é, orações que
não funcionam como termos de outra.
9.1. Assindéticas
São as orações coordenadas que vem justapostas
umas às outras, sem nenhuma conjunção entre elas.
Chegou, desceu
do carro, entrou rapidamente na loja.
9.2. Sindéticas
São as orações que vem ligadas por uma
conjunção coordenativa.
Elas são classificadas de acordo com o sentido
expresso pelas conjunções.
Podem ser:
a) Aditivas
Relação de adição, de soma: e, nem, não só...
mas também.
Nosso amigo não veio, nem
telefonou.
oração coordenada assindética oração coordenada sindética aditiva
b) Adversativas
Indica a oposição, o contrário em relação a
outra oração: mas, porém, contudo etc.
Nosso time jogou bem, mas
não conseguiu vencer.
oração coordenada assindética oração coordenada sindética adversativa
c) Alternativas
Indica escolha, ou uma outra coisa: ou...ou,ora...ora
etc.
Fique em casa, ou vá para a escola logo.
oração coordenada assindética oração coordenada sindética
alternativa
d) Conclusivas
Estabelece uma relação de conclusão em relação
a outra oração: portanto, por isso, logo, pois (após o verbo)
O caminhão é teu, logo dever cuidar bem dele.
oração coordenada assindética oração coordenada sindética
conclusiva
e) Explicativas
Indica uma explicação ao que foi enunciado na
outra oração: porque, que, pois (antes do verbo )
Não façam barulho, que
estou estudando.
oração coordenada assindética oração coordenada sindética
explicativa
10. Orações subordinadas
substantivas
Vem, normalmente iniciadas pela conjunção que
chamada conjunção integrante e, às vezes, pela conjunção se,
também integrante.
a) Oração subordinada
substantiva objetiva direta
Esta oração funciona como objeto direto de um
verbo transitivo direto que estará na oração principal.
a.1) Período simples
sujeito + verbo
transitivo direto+ objeto direto
O rapaz conseguiu os aplausos.
sujeito verbo transitivo direto objeto direto
a.2) Período composto
sujeito + verbo
transitivo direto+ oração subordinada substantiva objetiva direta
O rapaz conseguiu que os aplaudissem.
sujeito verbo transitivo direto oração subordinada substantiva objetiva
direta
b) Oração subordinada
substantiva objetiva indireta
Da mesma forma que o objeto indireto, essas
orações vem precedidas de preposição.
Há casos porém, em que a preposição é omitida.
b.1) Período simples
sujeito + verbo
transitivo indireto+ objeto indireto
Nós precisamos de sua ajuda.
sujeito verbo
transitivo indireto objeto indireto
b.2) Período composto
sujeito + verbo
transitivo direto+ oração subordinada substantiva objetiva indireta
Nós precisamos de que você nos ajude.
sujeito verbo
transitivo indireto oração
subordinada substantiva objetiva indireta
c) Oração subordinada
substantiva predicativa
Predicativo funciona como predicativo da
oração principal.
c.1) Período simples
sujeito + verbo
de ligação+ predicativo
O importante é sua vitória.
sujeito verbo de ligação predicativo
c.2) Período composto
sujeito + verbo
de ligação+ oração subordinada substantiva predicativa
O importante é que você vença.
sujeito verbo
de ligação oração subordinada
substantiva predicativa
d) Oração subordinada
substantiva subjetiva
Isso significa que na oração principal não
haverá sujeito, já que a oração inteira funcionará como sujeito da oração
principal.
Primeiro exemplo
Período simples
verbo
de ligação + predicativo + sujeito
É necessário o seu voto.
verbo de ligação predicativo
sujeito
Período composto
verbo
de ligação + predicativo + oração subordinada substantiva subjetiva
É necessário que você vote.
verbo de ligação predicativo
oração subordinada substantiva
subjetiva
Segundo exemplo
Período simples
verbo
unipessoal + sujeito
Não convém a sua tristeza.
verbo unipessoal sujeito
Período composto
verbo
unipessoal + oração subordinada substantiva subjetiva
Não convém que você fique triste.
verbo unipessoal oração subordinada substantiva subjetiva
Atenção
Os principais verbos impessoais são: convir,
constar, parecer, importar, acontecer,
suceder.
Terceiro exemplo
Período simples
verbo
na voz passiva + sujeito
Ficou combinado o
meu regresso.
verbo na voz passiva sujeito
Período composto
verbo
na voz passiva + oração subordinada substantiva
subjetiva
Ficou combinado que
eu regressaria.
verbo na voz passiva oração subordinada substantiva
subjetiva
e) Oração subordinada
substantiva completiva nominal
Isso quer dizer que a oração inteira
funcionará como complemento nominal de um nome incompleto que estará presente
na oração principal.
e.1) Período simples
Sujeito + verbo
+ nome incompleto + complemento nominal
Ela teve necessidade de ajuda.
Sujeito verbo nome incompleto complemento nominal
e.2) Período composto
Sujeito + verbo
+ nome incompleto + oração subordinada substantiva completiva nominal
Ela teve necessidade de que a ajudassem.
Sujeito verbo nome incompleto oração subordinada substantiva completiva nominal
f) Oração subordinada
substantiva apositiva (aposto)
Exerce função de aposto de algum termo da
oração principal.
As orações apositivas vem geralmente após os dois
pontos.
Podem vir, também entre vírgulas,
intercaladas à oração principal.
f.1) Período simples
Ele quer uma coisa: sua
renúncia.
nome aposto
f.2) Período composto
Ele quer uma coisa: que
você renuncie.
nome oração
subordinada substantiva apositiva
g) Oração subordinada
substantiva adjetiva
Esta orações exercem a função de adjunto
adnominal de algum termo da oração principal.
g.1) Período simples
As árvores frutíferas são raras lá.
substantivo adjetivo
Frutíferas é:
adjetivo: quilifica o substantivo.
adjunto adnominal: detalhador do nome.
g.2) Período composto
As árvores que dão frutos são raras lá.
substantivo oração subordinada
substantiva adjetiva
Que dão:
É oração subordinada, por que funciona como
termo (adj.adnominal) da outra oração, que é a principal.
Frutos:
É adjetiva,
por que funciona como se fosse um adjetivo, dando uma característica ao
substantivo árvore.
Atenção
A oração adjetiva sempre se refere a um
nome da oração principal e sempre começa por um pronome relativo
(que, quem, o qual, cujo, onde, quanto).
h) Oração subordinada
substantiva adjetiva restritiva e explicativa:
Restritivas
Quando restringem ou especificam o
sentido da palavra a que se referem, à qual se ligam sem marcação de
pausa.
Na escrita não ficam isolados por vírgulas.
O soldado que
vi na rua está naquele bar.
oração subordinada substantiva adjetiva restritiva
Explicativas
Acrescentam ao nome uma qualidade acessória,
esclarecem melhor sua significação, dão uma informação adicional de um ser que
já se acha suficientemente definido.
Na escrita, as adjetivas explicativas são
isoladas por vírgula.
Deus, que
é nosso pai, nos salvará.
oração subordinada substantiva adjetiva explicativa
11. Concordância Verbal
11.1. Quando o sujeito é
simples
a) Se for constituído por um substantivo
coletivo, o verbo irá para o singular.
O batalhão refugiou-se no velho
castelo.
Se o substantivo coletivo for seguido de
palavras que especifique os elementos que o compõem, o verbo pode ir para o
singular ou plural, conforme se queira realçar a ação do conjunto ou de cada
elemento.
Um grupo de estudantes invadiu
(ou invadiram) o salão.
b) Se for constituído por uma expressão que
indica quantidade aproximada, o verbo geralmente vai para o
plural.
Perto de mil atletas prestaram
juramento ontem.
c) Se for constituído por uma expressão que
indica parte de um todo, o verbo poderá ir ou não para o plural.
A decisão depende, antes, de uma opção
estilística.
A maior parte dos candidatos
desistiu (ou desistiram) do concurso.
d) Se for constituído pelo relativo que,
o verbo concordará com o antecedente do pronome.
Foram eles
que nos receberam no aeroporto.
Se o relativo vier antecedido pelas expressões
um dos ou um dos + substantivo, o verbo geralmente
vai para a 3° pessoa do plural.
Ele é um
dos candidatos que venceram o concurso.
Ela é uma
das candidatas que se esforçaram para o sucesso da festa.
e) Se for constituído pelo pronome relativo quem,
o verbo poderá ser usado na 3° pessoa do singular ou concordar com o
pronome pessoal, sujeito da oração anterior.
A partir
deste instante, sou eu quem passa (ou passou) a
transmitir o jogo.
f) Se for constituído pela expressão mais
de um + substantivo o verbo ficará no singular, a não ser
que expresse ideia de reciprocidade.
Mais de um aluno foi
aprovado no teste.
Mais de uma deputado se ofenderam
na reunião.
g) Se for constituído por expressões do tipo
quis de, quantos de, alguns de, vários de etc, seguidas dos pronomes nós,
vós ou vocês, o verbo irá para a 3° pessoa do plural, ou então
concordará com o pronome que representa o todo.
Alguns de nós serão (ou
seremos) escolhidos para a missão.
Se a expressão (ou locução
pronominal indefinida) estiver no singular, o verbo evidentemente
ficará no singular.
Um de nós será escolhido.
h) Se for constituído por nome de lugar ou
títulos de obras que possuem formas plurais, o verbo ficará no singular.
Caso os nomes venham acompanhados de um artigo
plural, o verbo geralmente vai para o plural.
Santos é uma
bela cidade.
Os Estados Unidos são
uma grande potência.
Os Lusíadas eternizaram o nome de
Camões.
11.2. Quando o sujeito é
composto
a) Se vier depois do verbo, este
geralmente concorda com o núcleo mais próximo.
Amedrontou-nos o silencio
e a escuridão do lugar.
b) Se os núcleos do sujeito constituem
uma gradação, o verbo em geral fica no singular.
A indagação, a raiva, o ódio tomou conta de seu
coração.
c) Se os núcleos dos sujeito são
sinônimos ou tem sentidos próximos, o verbo fica no singular.
Sua calma
e tranquilidade sempre nos transmitia segurança.
d) Se os núcleos do sujeito estão resumidos
por um pronome indefinido (tudo, nada, ninguém), o
verbo fica no singular.
Aflição,
dores, tristeza, nada o fazia abandonar seu objetivo.
e) Se os núcleos do sujeito vem ligados por ou
ou nem, o verbo vai para o plural quando a ação puder ser
atribuída a todos os sujeitos.
Bajulação ou
privilégio não o corromperam.
Quando a ação só pode ser atribuída a um
dos núcleos, o verbo fica no singular.
O meu sucesso
ou insucesso neste trabalho depende de sua ajuda.
f) Se o sujeito é composto por um ou
outro ou nem um nem outro, o verbo geralmente fica no
singular.
Um ou outro aluno será
escolhido.
Nem um nem outro será
eliminado.
g) Se o sujeito é composto pela locução um
e outro , a concordância é facultativa.
Um e outro aluno entregou
(ou entregaram) o trabalho.
Com o verbo ser, a concordância geralmente
é feita no singular.
Um e outro participante é
contrário ao regulamento.
h) Se o sujeito apresenta elementos
correlacionados pelos conectivos assim... como, não só...
mas também, tanto ... como, nem.. nem,
etc., o verbo geralmente vai para o plural.
Nem a fama, nem
a riqueza alteram seu modo de vida.
Não só o teatro como
também a televisão muito o atraíram nos primeiros anos de
sua carreira.
i) Se os núcleos do sujeito vem unidos
por com, o verbo pode ser usado tanto no singular como no plural,
conforme se queira realçar um deles ou os dois.
O professor com
seus alunos ornamentaram todo o salão.
O pai, com
o filho, veio reclamar da punição.
O mesmo ocorre quando os núcleos são ligados
por conjunção comparativa (como, assim como, etc ).
A criança,
como sua mãe, chorava muito.
j) Se os núcleos do sujeito
estão representados por pronomes do caso reto, o
verbo faz a seguinte concordância:
a) eu e tu: eu,tu e ele(s); eu e ele(s) = nós
Eu, Cleia e Mariana faremos esta
viagem.
b) tu e ele(s) = vós
Tu e teus amigos ireis à fazenda.
12. Concordância nominal
12.1. Quando se refere a um único substantivo, o adjetivo
concorda com ele em gênero e número.
Não deixe as portas
abertas.
12.2. Quando o adjetivo se refere a vários substantivos, a
concordância pode variar.
De acordo com o emprego mais usual, podemos
sistematizar a flexão do adjetivos nos seguintes casos:
a) O adjetivo vem antes dos substantivos
O adjetivo concorda em gênero e numero
com osubstantivo mais próximo.
Encontramos abandonadas as
cidades e os vilarejos.
Encontramos abandonada a
cidade e os vilarejos.
Encontramos abandonado o
vilarejo e a cidade.
Quando os substantivos são nomes
de pessoas ou de parentes, o adjetivo vai sempre para o plural.
Encontramos
os cuidadosos tio e tia.
Lemos essas
afirmações nos talentosos Machado de Assis e Euclides
da Cunha.
b) O adjetivo vem depois dos substantivos
Se os substantivos forem do mesmo gênero e
estiverem no singular, o adjetivo concorda com eles em gênero e fica,
geralmente, no singular.
Roubaram a gravata
e a calça preta.
Se os substantivos forem de gênero
diferentes e estiverem no singular, o adjetivo geralmente concorda com
o mais próximo.
Roubaram a camisa
e o paletó branco.
Se os substantivos forem do mesmo gênero
mas diferentes no numero, o adjetivo concorda com eles em gênero e vai,
geralmente, para o plural.
Roubaram-me
os discos e o rádio importados.
Se os substantivos forem de gêneros
diferentes e estiverem no plural, o adjetivo geralmente, concorda com o
gênero do substantivo mais próximo e vai para o plural.
Pesquei o
assunto em livros e revistas antigas.
Se os substantivos forem diferentes em
gênero e numero, o adjetivo, geralmente, vai para o plural.
Compre esta revista e estes livros
antigos.
Compre estas revistas e este livro
antigos.
Atenção
Quando o último substantivo estiver no
feminino plural, é comum o adjetivo concordar com ele.
Compre estes
livros e estas revistas antigas.
12.3. Nas expressões formadas pelo verbo ser + adjetivo:
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o
substantivo não for acompanhado de nenhum modificador.
Limonada é bom
para a saúde.
b) O adjetivo concorda com o substantivo,se
este for modificado por um artigo ou qualquer outro determinativo.
Esta limonada é boa
para a saúde.
12.4. O adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes
pessoais a que se refere:
Eu as
vi ontem muito aborrecidas.
12.5. Nas expressões formadas por um pronome indefinido neutro (nada,
algo, muito, tanto etc ) + preposição DE + Adjetivo este último
geralmente é usado no masculino singular.
Eles tinham algo
de misterioso.
12.6. Anexo, obrigado, mesmo, próprio,
incluso, leso e quite são palavras
adjetivas e concordam normalmente com os substantivos ou pronomes
a que se referem.
Anexas à carta, vão
as listas de preços.
A garota disse :
muito obrigada.
Ele mesmo
vai presidir a reunião.
12.7. A palavra só, quando equivale a sozinho, tem
função adjetiva e concorda normalmente com o nome a que se refere.
Ela saiu só.
Elas saíram sós.
Atenção
Quando
equivale a somente ou apenas, tem função adverbial,
ficando, portanto, invariável.
Eles só
querem resolver o problema.
12.8. A palavra bastante quando empregada como advérbio
(muito, pouco,mal etc), não se flexiona.
Eles falaram bastante durante a
reunião (sentido de muito).
Recebi projetos bastante interessantes
(sentido de muito).
Atenção
Quando empregadas
como adjetivo, flexiona-se normalmente.
Recebemos bastantes
projetos esta semana.
12.9. As palavras alerta e menos são advérbios;
portanto, permanecem sempre invariáveis.
Os guardas estão sempre alerta.
Desta vez, recebemos menos
encomendas do que vocês.
12.10. A palavra meio, quando empregada como adjetivo,
concorda normalmente com o nome a que se refere.
Ele comeu meia
maçã.
Tomamos meia
garrafa de cerveja.
Atenção
Quando empregada como advérbio
(modificando um adjetivo ) permanece invariável.
A moça está meio abatida.
13. Crase
Dá-se o nome de crase à fusão da
preposição a com o artigo definido feminino
a ou as.
Quando o termo regente exige a presença dessa
preposição e o termo regido vem acompanhado do artigo definido feminino, então
ocorre a crase, que vem sempre marcada pelo acento grave.
Irei à
cidade de Santos.
Irei a
+ a cidade de Santos.
Atenção
Quando a preposição a for
seguida dos pronomes demonstrativos aquele, aquela, aqueles, aquelas,
aquilo, a, as, ocorre a crase.
Irei àquele
espetáculo.
a + aquele
Não me refiro
à moça da direita,
mas à da esquerda.
à = àquela
Observações importantes
1) O acento indicativo da crase sempre
ocorre nos seguintes casos:
a) Nas expressões indicadoras de horas.
Chagarei às
oito horas.
b) Nas locuções prepositivas, conjuntivas
e adversativas formadas de substantivos femininos tais como: à
medida que, às vezes, à noite, às
pressas, etc.
Esse fenômeno
pode ocorrer, às vezes, nesta região.
c) Nas expressões à moda de,
ainda que a palavra moda esteja subentendida.
Ele tem um
estilo à moda de Machado de Assis.
Ela escreve à
Machado de Assis.
2) O acento indicativo da crase não
ocorre nos seguintes casos:
a) Antes de palavras masculinas.
Eles
passearam a cavalo.
b) Antes de verbo.
Maria começou
a chorar.
c) Antes de pronomes pessoais, inclusive os de
tratamento.
Vinde a
mim os que sofrem.
Dirijo-me a
V.Sa.
Atenção
As únicas exceções referem-se aos pronomes
de tratamento senhora e senhorita e os pronomes relativos a qual
e os quais.
Quando entes deles houver a preposição a,
ocorre a crase.
Escrevi imediatamente à senhora.
Nunca poderei esquecer essa professora, à
qual muito devo.
Dirigiu- se à senhorita com meus
modos.
d) Antes de nomes de cidade que
se usam sem artigo feminino.
Ele foi a Roma.
Atenção
Se o nome da cidade vier modificado,
ocorrerá então a crase.
Ele foi à bela Roma.
e) Antes da palavra casa quando
significar o próprio lar.
Voltei a
casa para almoçar.
Atenção
Se a palavra casa vier modificada,
admite o artigo.
Portanto, nesse caso, havendo preposição,
pode ocorrer a crase.
Voltei emocionado à casa paterna.
f) Antes de nomes de mulher, é
facultativa.
Procure ser
agradável a Márcia.
Procure ser
agradável à Márcia.
g) Antes da palavra terra,
quando significa terra firme
em oposição a mar.
Assim que o navio
aportou, todos voltaram a terra.
Atenção
Se a palavra terra vier modificada,
admite o artigo.
Nesse caso, portanto, havendo preposição,
pode ocorrer a crase.
Todos voltaram à terra amada.
h) Antes de expressões formadas
por palavras repetidas.
Tome o
remédio gota a gota.
Atenção
Antes dos pronomes possessivos femininos
e antes de nomes próprios femininos, o uso do artigo é facultativo.
Disso resulta, portanto, que, se ocorrer
preposição antes dessas palavras, a crase ocorrerá também
facultativamente, dependendo da presença ou não do artigo.
Ele desejou felicidades a (aos) nossos amigos
e a (à) minha família.
Ele referiu-se a (à) Marina e
não a mim.
14. Colocação pronominal
14.1. Proclise (antes do
verbo)
a) Quando houver, antes do verbo, palavras
de sentido negativo.
Nunca ti vi mais gordo.
b) Quando houver, antes do verbo, advérbios
ou pronomes.
Quem me viu chegar?
Ele sempre nos repete os mesmos
conselhos.
c) Em frase exclamativas ou que
expressam desejos.
Que Deus o guarde, meu filho!
d) Quando, antes do verbo, houver conjunções
subordinativas.
Espero que nos vejamos
brevemente.
e) Com o verbo no gerúndio
(terminado em ndo) precedido da preposição em.
Em se falando de bebida, não pode faltar sua opinião.
f) Quando, antes do verbo, houver pronomes
relativos (que, quem onde, a qual, o qual, os quais, as quais, cujo(a),
quanto(a), quantos(as)).
Este é o amigo do qual lhe
falei.
14.2. Ênclese (depois do
verbo)
a) Quando houver um infinitivo
(terminado em -ar) ou gerúndio (terminado em -ndo).
Vou encontrá-lo amanhã cedo.
Levantando-se da mesa, pôs- se a a discursar.
b) Quando houver imperativo afirmativo.
Levante-se daí!
Atenção
Usa-se o pronome átono antes
ou depois dos verbos ter e haver, quando estiverem formando um tempo
composto, mas nunca depois do particípio (-do).
Ele já nos tinha avisado do
acidente.
Ele havia nos informado sobre a
data dos exames.
14.3. Mesóclise (no meio do
verbo).
a) Com o verbo no futuro do presente (contarei, contarás, contará, contaremos,
contareis, contarão).
Mais tarde, contar-lhe-ei a
verdade.
Contar-me-ás a verdade?
b) Com o verbo no futuro do pretérito (condicional).
Se fosse necessário, calar-me-ia.
Se soubesse de algo, contar-lhe-ia.
Atenção
Se antes do verbo houver palavras
negativas, pronomes e advérbios interrogativos,
a mesóclise não será empregada.
Nunca lhe contarei a verdade.
Não me calaria diante de nada.
Quem lhe dirá a resposta?
15. Sinais de pontuação
15.1. Vírgula
Indica uma pausa pequena,
deixando o voz em suspense à espera da continuação do período.
Usa-se vírgula:
1) Para destacar elementos intercalados,
como:
a) Uma conjunção.
Trabalhamos
bastante, logo, devemos ser remunerados.
b) Um adjunto adverbial.
Estes rapazes,
sem dúvida, devem ser transferidos.
c) Isola o aposto do termo fundamental.
Marcos,
o capitão do time, foi o primeiro a entrar.
d) Uma expressão explicativa.
Ninguém se
responsabilizou pelo atentado; isto, aliás, já se tornou comum
naquele lugar.
e) Isola os vocativos.
“ Sim, leitor benévolo, e por
esta ocasião te vou explicar como nós hoje em dia fazemos a nossa literatura.”
2) Para destacar um adjunto adverbial
que venha no inicio da frase.
No final das aulas, todos saíram apressadamente.
3) Para destacar os pleonasmos
antecipados ao verbo.
Os meninos, eu os vi no jardim.
4) Para separar orações subordinadas
adverbiais, sobretudo quando vêm antes da principal.
Quando saímos, a chuva já tinha começado.
5) Para separar as orações adverbiais
reduzidas, que vem antes da principal.
Dado o sinal, todos partiram alegres.
6) Para isolar as orações subordinadas
adjetivas explicativas.
Ex.: O velho capitão, que ainda tinha o
passo firme, recebeu-nos a bordo.
15.2. Ponto
Indica uma pausa mais duradoura que a
vírgula e é usado para marcar o fim de uma oração declarativa.
A melodia da frase indica que o tom é descendente.
Permite o uso de frases curtas, evitando erros
como o de concordância verbal.
Serve também para marcar abreviaturas.
“Amaro deixa o piano. As frases que compôs não
satisfazem. Não importa. Amanhã talvez lhe venha uma onda boa de inspiração.”
(Erico Veríssimo)
15.3. Ponto e vírgula
É um sinal que, conforme as necessidades de
quem escreve, pode aproximar-se do valor da vírgula ou do ponto.
É geralmente empregado para marcar uma pausa
maior que a vírgula e serve para separar orações que tem relação de
sentido, deixando-as num mesmo período.
Quanto à melodia da frase, indica um tom
ligeiramente descendente, mas capaz de assinalar que o período não terminou.
“Estou dormindo no antigo quarto de meus país;
as duas janelas dão para o terreiro onde fica o imenso pé de fruta-pão, a cuja
sombra cresci.”
15.4. Dois- Pontos
Tem como função introduzir uma explicação
ou enumeração.
Costumam ser usados.
1) Para introduzir uma citação.
O inspetor
parou à porta das sala e disse–nos: “Queiram seguir-me, por favor.”
2) Para introduzir uma explicação,
o desenvolvimento de ideias anteriormente enunciadas.
Pânico em São Paulo: chuvas
provocam inundações em muitos bairros.
15.5. Reticências
Indicam uma interrupção da frase
e costumam ser usados:
1) Para expressar hesitação,
surpresa.
“Vamos nós
jantar com ela amanhã ?
-Vamos...
Não... Pois vamos.”(Machado de Assis)
2) Para deixar o sentido da frase em
aberto, permitindo uma interpretação pessoal do leitor.
“Estou certo, disse ele, piscando o olho, que
dentro de um ano a vocação eclesiástica do nosso Bentinho se manifesta clara e
decisiva. Há de dar um padre de mão-cheia. Também se não vier em um ano …”
( Machado de Assis )
15.6. Ponto-de-Interrogação
Coloca-se após uma palavra ou frase,
indicando uma pergunta direta.
Também pode ser empregado para indicar
surpresa, indignação ou atitude de expectativa diante de uma situação.
Sair? Com esta chuva?
Nem pense nisso.
“Por que as pessoas em diferentes países, com
diferentes crenças, não podem viver em paz?”
15.7. Ponto-de- Exclamação
Coloca-se após uma palavra ou frase, indicando
surpresa, espanto, alegria, admiração etc.
“Como as
mulheres são lindas!” ( Manuel Bandeira)
1) Para substituir a vírgula num
vocativo enfático.
“Deus! Ó Deus!
Onde estás que não me ouve!” ( Castro Alves)
2) Nas frases imperativas.
“Não me deixe só!”
15.8. Aspas
1) Para indicar citação de outros
autores.
Como disse Machado de Assis: “ A melhor
definição de amor não vale um beijo da moça namorada.”
2) Para indicar palavras ou expressões
estrangeiras, gírias e neologismo.
Eles tiveram um belo “Week-ed” !
3) Para destacar palavras ou
expressões que desejamos realçar, com ironia.
Quem foi o “inteligente” que fez
a experiência e quase destruiu o laboratório?
15.9. Travessão
1) Para indicar, nos diálogos, a fala de
cada personagem.
“ - A que horas volta José Diogo?
- Não volta hoje.
- Não?” ( Machado de Assis)
2) Para destacar algum elemento no
interior da frase, servindo muitas vezes para realçar o aposto.
Nesses casos, podem ser usados também dois
travessões.
“E por três noites padeço três anos,
Na vida cheia de saudade infinda...
Três anos de esperança e de martírio...
Três anos de sofrer – e espero
ainda!” (Alvares de Azevedo)
“Junto do leito meus poetas dormem
- O Dante, a Bíblia, Shakespeare e Byron -
Na mesa confundidos.” (Alvares de Azevedo)
15.10. Parêntese
Costumam ser usados para isolar parte do
texto que encerra alguma reflexão, comentário ou explicação.
Usa-se o parêntese:
1) Para introduzem comentários no meio
do texto ou complementam dados.
Escobar sorriu e disse-me que estava para ir
ao meu escritório contar-me tudo. A cunhada (continuava a dar este nome a
Capitu) tinha-lhe falado naquilo por ocasião da nossa última visita.”
(Machado de Assis)
As duas
reformas ( eleitoral e tributária) deveriam ser aprovadas pelo Congresso.
2) Para destacar indicações
bibliográficas.
“Ainda que eu
falasse a língua dos homens e dos anjos, sem amor eu nada seria.” (I
Coríntios 13)
3) Para separar indicações
bibliográficas.
“Ler obras juvenis ou best-sellers é apenas o começo de uma longa e produtiva convivência
com os livros. Essa é a lição que anima os jovens a se aventurarem na boa
literatura atual e nos clássicos.”
(Bruno Meier, Uma geração descobre o poder de
ler, Veja, maio 2011, p. 99)
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