domingo, 20 de outubro de 2013

Curiosidades sobre a Língua Tupi

Por causa da obra do padre Anchieta, no final do século 16, com sua Arte de Gramática da Língua Mais Usada na Costa do Brasil e do jesuíta Luís Figueira, com a A Arte da Língua Brasílica, “o tupi é a língua indígena mais bem-documentada e preservada que temos”, diz o professor Eduardo Navarro, pesquisador da matéria na Universidade de São Paulo.
 
Ele afirma que o tupi é importante para se entender a cultura brasileira.
 
“O brasileiro já nasce falando tupi, mesmo sem saber. O português falado em Portugal diferencia-se do nosso principalmente por causa das expressões em tupi que incorporamos. Essa incorporação é tão profunda que nem nos damos conta dela. Mas é isso o que faz a nossa identidade nacional. Depois do português, o tupi é a segunda língua a nomear lugares no País”.
 
A lista de nomes é extensa e continua aumentando. Há milhares de expressões, como:

Ficar com nhenhenhém – que quer dizer falando sem parar, pois nhe’eng é falar em tupi.
 

Chorar as pitangas – pitanga é vermelho em tupi; então, a expressão significa chorar lágrimas de sangue.
Cair um toró – tororó é jorro d’água em tupi, daí a música popular “Eu fui no Tororó, beber água e não achei”.

Ir para a cucuia - significa entrar em decadência, pois cucuia é decadência em tupi.

Velha coroca é velha resmungona – kuruk é resmungar em tupi.

Socar – soc é bater com mão fechada.

Peteca - vem de petec que é bater com a mão aberta.
Cutucar - espetar é cutuc.

Sapecar - é chamuscar é sapec, daí sapecar e sapeca.
Catapora – marca de fogo, tatá em tupi é fogo.
 
O significado de grande parte dos nomes de lugares só se sabe com o tupi.
Como nomes de bairros da cidade de São Paulo.

Pari é canal em que os índios pescavam,
Mooca é casa de parentes,
Ibirapuera é árvore antiga,
Jabaquara é toca dos índios fugidos,
Mococa é casa de bocós – bocó é tupi.

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